Muita gente não dá à água a importância que ela merece!


É um simples líquido, inofensivo, bom para beber, para nos lavar, útil para uma grande variedade de coisas e até para as crianças brincarem. Ela é prática, abundante, está sempre à disposição quando se pre­cisa e é relativamente barata. Fomos acostumados a abrir a torneira e ver jorrar uma água limpa e clara, e hoje isto nem sempre é possível, pois a água que recebemos não é mais aquele líquido inodoro, incolor e insípido que era no passado.
Que sua qualidade vem se deteriorando não é mais um mero tópico de debates; já é um fato estabelecido. Não é necessário ser um especialista para ver que há um problema; é só beber um pouco de água, à qual não estamos acostumados, ou segurar um copo cheio dela contra a luz para vermos que o líquido precioso, se não tiver turvo peio menos não está cristalino, se não for mal-cheiroso ao menos não é mais inodoro, e talvez até possua algum outro gosto de produto químico.

Estas novas características da água são facilmente iden­tificáveis e, já que o problema da poluição ambiental está se alastrando, não é necessário olhar além de nossa própria torneira para constatar que a água já não tem mais a mesma qualidade daquela 'que nossos bisavôs costumavam beber.

O que sabemos realmente sobre a qualidade da água? Abra a torneira da cozinha, olhe fixamente para o líquido translúcido e considere que, além de H2O, nossa água po­tável é uma verdadeira sopa de todo o alfabeto utilizado em química com adição de até 65.000 (1) componentes orgânicos que reagem e interagem de modo pouco com­preendido por nós. Estes componentes incluem dúzias e pesticidas, materiais cloros-orgânicos e orgânicos conhecidos como suscetíveis de serem cancerígenos ou de desenvol­verem outras patologias, bactérias, larvas, pirogénios, fungicidas, inseticidas, deter­gentes, sólidos, nitratos e outros inorgâni­cos dissolvidos. Há também alguma chance de existir uma pitada de asbesto e sufici­ente de cobre e chumbo para colocar-nos num hospital psiquiátrico ou em uma casa de saúde. Ainda existem doses não mortais, porém tóxicas de arsênicos e nitratos (2).

Nos Estados Unidos, onde quer que seja analisada, na água potável destinada ao consumo observa-se, de maneira cres­cente e em níveis alarmantes, a presença de elementos químicos causadores de câncer. "Muitos elementos, tidos como inofensivos, podem oferecer substâncias com riscos à saúde mesmo se encontrados em quantidades ínfimas. Muitos componen­tes químicos orgânicos não possuem nem gosto nem odor e não podem ser detecta­dos sem o auxílio de instrumentos extrema­mente sensíveis. Tais componentes quando ingeridos, podem causar problemas de saúde como: cegueira, erupções cutâneas, vertigens, náuseas e alterações no sistema nervoso central" (3).

"Não existe nenhum recurso natural mais precioso que a água - nossas vidas dependem dela. Não obstante, Nós estamos desperdiçando e contaminando tão rapidam­ente nossas fontes vitais de água que muitos já pensam que em poucos anos, a penúria de água limpa e uti­lizável fará parecer insignificante a crise energética dos anos 70" (4). Hoje, milhares de produtos estão sendo em­pregados e outros tantos desenvolvidos todos os anos, sendo que muitos deles poderão vir contaminar tanto as águas subterrâneas quanto as superficiais. Alguns dess­es produtos encontrados em águas ditas potáveis são causadores de: câncer, mutações genéticas e mal-forma­ções congênitas (5)
Nos artigos seguintes examinaremos o problema da água com suas causas e efeitos. Esperamos lançar al­guma luz sobre o assunto, mostrando como a sua baixa qualidade afeta nossa vida, e oferecer sugestões sobre como podemos melhorá-Ia em seu aspecto mais impor­tante, ou seja, seu consumo.

Notas:
1- Los Anqeles Times
2- New Yorker Magazine
3- President’s Council on Evironrnental Ouality (CEQ). Library of congress Report March 1980
4- Arnerican the poisoned
5- Relatório do EPA 1972-76

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